MAPA DA MINA - Como empreender? Ela tem duas empresas e dá dicas para abrir negócio

Publicado em 24 de maio de 2022

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O empreendedorismo foi a maneira que a gaúcha Dina Prates, 30, encontrou para criar relações de trabalho diferentes das que vivenciou no ambiente corporativo. "Na lógica tradicional das empresas, muitas vezes, não há humanidade e oportunidades iguais para todos. Senti isso na pele. Todos cresciam ao meu redor, mesmo os mais novos de empresa, mas a minha vez nunca chegava. Sempre havia vários 'poréns'", diz. Isso mesmo sendo produitva e com um vasto currículo: tem duas faculdades, de administração de empresas e ciências contábeis, e um mestrado em sociologia. "Quando comecei a buscar estágio, ouvia nas entrevistas: mas você é a Dina? Era difícil as pessoas assimilarem que eu, uma mulher preta, podia ter toda aquela formação", diz.

Ela começou, então, a pensar em alternativas para avançar na carreira e contribuir para um ambiente de trabalho mais respeitoso e inclusivo. Em 2019, criou a Dina Prates Finanças, que atua com educação financeira em uma proposta inclusiva, ou seja, para todas as pessoas que precisam de orientação na área, independentemente de raça, cor ou orientação sexual. Já com uma rede de contatos mais ampla e atenta às demandas e necessidades das pessoas, em 2021, ao lado das psicólogas Andressa Moraes e Liziane Guedes, criou um espaço físico de atendimento e com mais opções de serviços, o Instituto Estrela Preta, que oferece serviços e práticas profissionais nas áreas de educação, finanças e psicologia.

Não se trata de um negócio apenas social. Segundo ela, o espaço surgiu da demanda de ter um local para receber os clientes que fosse, de fato, inclusivo. "Antes, atendia em cafés ou coworkings, mas passei por situações difíceis de preconceito. Lembro de marcar com um casal negro em um espaço colaborativo e eles serem barrados na porta, o que já tinha acontecido comigo", afirma.

Trabalho em parceria com empresas grandes

Dina começou a participar do movimento de afroempreendedores e, assim, construiu seu TCC (trabalho de conclusão de curso de gradução) sobre ferramentas gerenciais para microempreendores negros. "Percebi que faltava essa orientação para a comunidade preta. Mesmo sem perceber na época, esse foi o primeiro passo para a criação do meu negócio", diz.

Atualmente, a empreendedora toca as duas empresas e aposta na disseminação de conteúdos no Instagram. Ela já fez campanhas para empresas como Banco Banqi, Banco BV e Wil Bank, dando orientações de educação financeira, e participou de ações internas de fortalecimento a empreendedoras com o Grupo Boticário. Além disso, participa de programas como Mentoria Afrolab para Elas, Fundo Éditodos e AfroBusiness.

Abrir negócio requer planejamento a médio, curto e longo prazo

Para construir seus negócios, ela apostou na rede de indicações e em tudo o que aprendeu vendendo trufas e bebidas na época em que fazia o curso de mestrado. "Sempre fui empreendedora, só não via isso como uma forma de sustento financeiro no começo. Porém, aprendi muito sobre ter um negócio naquela época; sempre fiz fluxo de caixa e cálculo de precificação, por exemplo, e observei as demandas do meu público, pontos essenciais para ter uma empresa de sucesso", diz. Segundo ela, muitas pessoas acham que só começam a empreender quando possuem um CNPJ, mas não é bem assim.

Dina ressalta alguns pilares importantes nesse processo. Um deles é o planejamento de curto, médio e longos prazos. "É preciso se perguntar: onde quero chegar e quais as possibilidades para o negócio?", diz. Segundo ela, não há necessidade de usar as melhores métricas ou planilhas. "Pode ser, simplesmente, escrever seus objetivos e planos em um caderno e, com o tempo, ir aprimorando", afirma.

Outro pilar é estar preparado para desafios e possíveis quedas. "Empreender é, também, conseguir resistir aos problemas, pois eles acontecem. É essencial conseguir levantar, aprender com os erros e principalmente modificar o que precisa para construir um futuro promissor", aponta.

Outro ponto essencial é entender que o negócio não está sozinho no mercado e há uma comunidade ao redor dele que pode contribuir. "O relacionamento com outras pessoas e empresas pode abrir muitas portas. Por isso, sempre fiquei atenta às pessoas do meu entorno, buscando apoio ou parceria com profissionais que acredito e confio. A ajuda pode vir de clientes, amigos, colegas de trabalho", afirma.

Reconheça os erros e ajuste a rota

A dica parece óbvia, mas é essencial: uma dose de respeito e humildade são cruciais para começar um negócio e mantê-lo em pé, na visão de Dina. "Precisamos respeitar as pessoas para, assim, entendê-las melhor, conseguir construir um ambiente interno saudável e oferecer um atendimento de qualidade", diz. Além disso, saber reconhecer erros e ajustar a rota quando necessário são pontos importantes. "Empreender é errar e acertar", afirma.

Apesar de todos os obstáculos no caminho, Dina nunca pensou em desistir. Isso porque tem um propósito muito claro em seu trabalho: ajudar a criar oportunidades diferentes e a possibilitar que pessoas como ela possam sonhar e construir o futuro que desejam. "Quando olho para meus sobrinhos, penso que, se eu puder propiciar um futuro melhor para eles, vou ter realizado muita coisa".

Fonte: UOL

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